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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Do Vestibular às Faculdades!

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Bom, o negócio é o seguinte, algumas pessoas merecem atenção redobrada: há cerca de um ano recebi um e-mail com várias perguntas, entretanto, devido à correria da Faculdade e de não conseguir dar conta de toda caixa de e-mail, acabei não respondendo.
Entretanto, gostaria de agradecer ao Ferdinando R. de Siqueira por ter enviado essas perguntas e espero que por meio do blog, mais pessoas se beneficiem das respostas!
Gostaria de lembrar, entretanto, que essas respostas são um tanto quanto pessoais, e não compõem um guia de “como passar no vestibular”. As sugestões são meramente ilustrativas, cada pessoa é que deve filtrar o que é bom e o que não é. Favor desconsiderar o que não for bom...
Gostaria ainda de convidar a todos a conhecer um pouco da experiência de pesquisa que a USP, assim como várias outras boas universidades, possibilitará para você no futuro próximo. Espero que sirva como mais uma motivação para ralar para entrar na Universidade:
Grande abraço,
Lucas Nóbrega
Boston, Massachusetts, 13 de Fevereiro de 2011.


Aqui vão as perguntas:
Você fez dois anos de cursinho, poderia dizer o que influenciou para que não conseguisse passar no primeiro? Um ano apenas é pouco para um preparo adequado (USP)? Isto é relativo? Conhece alguém que conseguiu entrar em Med com apenas um ano? Esse alguém é anormal ou foi apenas uma dedicação TOTAL?
Bom, na realidade entrei com um ano de cursinho. Ao finalizar o terceiro, passei apenas em medicina na Santa Casa, mas devido ao sonho de entrar na USP, acabei optando por um ano de cursinho. Após seis meses de cursinho prestei Universidade Federal de Ouro Preto, como um treino de meio de ano e felizmente passei! Então, no final do ano, vieram as aprovações na USP e nos outros vestibulares do estado de São Paulo.
Portanto, fiz um ano de cursinho sendo que esse período foi de dedicação intensa: foco foi fundamental!
Como foram seus resultados após o primeiro ano de cursinho?
Após um ano de cursinho tive a felicidade de entrar em seis universidades públicas de medicina (USP, UNICAMP, UNESP, UNIFESP, UFSCar, UFOP), mas a maior felicidade foi a de atingir o objetivo: entrar na USP São Paulo!
Quanto tempo além das aulas você estudava? Conseguia ficar sem acumular matéria? Treinava redação?
Cerca de seis a oito horas por dia (mas isso nos dias em que não havia aulas durante a tarde: minhas aulas eram durante a manhã). Mas muita gente entra na faculdade estudando muito pouco ou apenas indo às aulas, depende muito do perfil de cada um.
Mas mais do que as horas, um item muito mais importante é a qualidade do estudo! Demorava um pouco para entender as coisas, por isso ficava várias horas treinando a resolução de exercícios e além disso, queria tentar “garantir minha vaga”.
Estudava em um ritmo intenso, mas isso por que estava muito focado (queria entrar entre os dez primeiros). Olhando para trás, vejo que fiz isso apenas por realmente estar louco para entrar e por pensar nisso todos os dias.
Quanto a acumular matéria, acumulei muita matéria em termos de ler textos, mas em termos de resolver exercícios, acumulei muito pouco. Focava muito mais na resolução de exercícios e no treino! Por isso, não me importava com os textos, a não ser que estivesse errando nos exercícios!
Focar nos exercícios talvez seja a coisa mais simples a fazer, mas é extremamente eficaz! Funciona!
Redação: toda semana fazia redação, sendo que nas férias e em alguns feriados, fazia duas redações por semana. Achava que português era fundamental. Continuo achando!
Li em um dos seus post que você fazia mais exercícios ao invés de se jogar em pilas de textos, acha que isso colaborou significativamente para sua conquista?
Sim. Foi exatamente isso que fez a diferença no meu caso.
Nos dois anos de cursinho sempre manteve o mesmo ritmo?
Fiz um ano de cursinho e durante todo o ano mantive um ritmo forte. O ritmo do início é muito importante ser forte, pois você está motivado! O segredo é se concentrar para continuar com esse ritmo do começo por todo o ano! Isso é que é muito, muito, muito difícil! Mas é possível! O segredo está em ter foco, acordar todo dia e pensar: “vou pegar minha vaga”.
Leu os livros obrigatórios? Achou que lê-los foi realmente importante? Um resumo lúcido sobre a obra junto de uma interpretação com cunho literário seria equivalente? (Antes que pense horrores de minha pessoa, já li os da FUVEST; porém tenho outras federais em mente e o número de livros está bem gordo. )
Resolvi exercícios e sabia sobre todos os livros obrigatórios. Mas ler mesmo, li apenas parte dos livros obrigatórios. Para passar você precisa saber resolver os exercícios sobre os livros, você não precisa necessariamente ler os livros, mas precisa saber os exercícios! Para a vida vale a pena ler os livros obrigatórios, mas para o vestibular de medicina, o vestibulando deve tomar muito cuidado, talvez perca o foco no treino! Li apenas alguns, aqueles que achava que dava para relaxar. Mas não precisaria ter lido nenhum: o importante são os resultados: acertar os exercícios sobre os livros!
Como você qualificaria seu ensino antes de iniciar o cursinho? Seu inglês era forte?

Sempre participei de cursos de ciência, Olimpíadas de conhecimento (Astronomia, Física, Química) desde o fundamental, pois adorava ciência e meu avô Octávio e meus pais sempre disseram que: “O que você tem na sua cabeça, ninguém lhe tira”. No entanto, as Olimpíadas de conhecimento cobram coisas totalmente diferentes do vestibular: cobram muito mais raciocínio e pensamento diferenciado do que conhecimento segmentado, por isso, para aqueles que gostam dessas olimpíadas e querem o vestibular, lembrem-se que a abordagem do vestibular é um pouco diferente. Estudar as provas dos vestibulares anteriores é o caminho mais curto para a universidade!
Quanto ao inglês: não tinha dificuldades com a língua por ter feito curso de inglês. Isso foi uma facilidade a mais, pois esse era um ponto que já tinha garantido.
Como era seus resultados nos simulados?
Bom, vim de um cursinho bem pequeno e apesar de ter algum grau de destaque entre os alunos acredito que a melhor métrica sejam os vestibulares de meio de ano (muita gente presta, e normalmente é o mesmo nível de pessoal que no final do ano), tive a felicidade de ficar em 6 lugar em Medicina em Ouro Preto (Universidade Federal) mas de não passar na UFTM (fiquei em 67, havia 40 vagas e só chamaram até 24 da lista de espera), mas nenhuma das duas universidades significavam algo realmente importante para mim, afinal, meu sonho era apenas um: estar entre os dez primeiros da USP São Paulo.
Qual foi a maior dificuldade que encontrou quando iniciou o cursinho? Uma matéria mais complicada, horário, responsabilidades?
Só encontrei facilidades: minha família ajudou muito (minha mãe fazia comida para mim todos os dias) e morava a alguns quarteirões da escola! Fui muito sortudo nesse aspecto! E isso fez diferença!
Os maiores desafios que encontrei, na verdade, não foram no estudo, mas foram no trabalho: meus pais têm uma floricultura chamada “Amor e Flor” e lá tive a experiência de trabalhar de verdade, nada a ver com o trabalho da medicina ou o trabalho no hospital, trabalho de verdade... Ajudei na loja, junto com meu irmão, desde que éramos pequenos. Isso é o que é trabalhar, meus pais sabem o que é, acho que isso é algo que meus professores da faculdade talvez ainda tenham que aprender...
Como você descobriu que queria fazer Med?
Queria ser físico na realidade, pois adorava (ainda adoro) as aulas de um professor do Instituto de Física de São Carlos - USP, o Prof. Vanderlei Bagnato! Fantásticas as aulas dele! Mas então, fui fazer um curso de uma semana (das 8h da manhã às 22h da noite) no IFSC-USP durante as férias do primeiro ano do Ensino Médio, a Escola Avançada de Física, que também é oferecida pelo ITA em um formato semelhante. Foi nessa escola avançada de férias que descobri que gostava de gente e que queria alguma coisa que envolvesse conhecimento, liderança e gente, descobri que talvez Física não fosse a minha área.
Pensei em Medicina, conversei com meus pais e eles pediram para que um amigo médico me levasse para uma cirurgia: me apaixonei! Vi cinco cirurgias no mesmo dia e então descobri o que queria!
Enquanto se preparava para o vestibular pensou em mudar de curso? Nunca ocorreu alguma insegurança?
Passei em muitos momentos por insegurança. Na verdade, até o último momento, até sair seu nome no jornal, você não passou no vestibular. E isso é muito importante! A insegurança é algo natural, mas que deve ser canalizada como um motivo a mais para estudar e focar!
Após passar em Ouro Preto e pela posição na UFTM todo mundo começou a cantar a jogada: você já passou, está garantido! É um grande desafio você gabaritar algumas listas ou mini-simulados e sair com o pensamento de que você precisa continuar dando o máximo! Mas é exatamente isso que é importante fazer, pois: até o nome sair no jornal, ninguém entrou!
Quanto ao vestibular: possuia algum receio, pensou que não fosse ser possível ou sempre foi consciente de que tinha a capacidade necessária?
Sempre acreditei que seria possível, mas sempre quantifiquei a evolução, isso é importante! Tinha foco e quantificava em números o avanço e o sucesso nas provas e lista de exercício! Na realidade, cada lista de exercício, independentemente da matéria, sempre tinha na cabeça que queria acertar 90% dela no mínimo, independentemente de ela ser de humanas, exatas ou biológias e da quantidade de exercícios. Isso ajuda a colocar a barra sempre mais alto!
Como você se sentia emocionalmente conforme se aproximava as datas do vestibulares? O que lhe passava na cabeça?
Estava bem, louco para passar! Mas um dos segredos para isso foi preparação em termos acadêmicos e também em termos psicológicos. Durante todo o ano, fingia que a prova ia ser no próximo final de semana. Exemplo, pensava que a prova seria no próximo Domingo! Caramba, pense agora mesmo que a prova será neste próximo Domingo! Para um vestibulando e para mim, na época, isso dava arrepio, mas como acabava pensando isso toda semana, quando o domigo de verdade chegou, foi tranquilo... Estava mais concentrado em detonar...
Medicina é tudo o que você pensou que fosse?

Não, medicina é um curso que não exige tanto intelectualmente como supunha, mas exige em termos de experiências, paciência e horas de estudo. Ao meu ver, para ser médico, é mais importante “ter saco” para estudar do que ter cabeça ou raciocínio sofisticados, acredito que exigente mesmo, em termos intelectuais e de raciocínio, são os cursos de exatas, medicina não...
Agora, estando no curso, como é sua vida? Como é seu tempo? Como fica a diversão, sobra tempo? Caso queira fazer algumas observações, fique à vontade. Aguardo suas respostas e agradeço pela atenção. Ótima semana.
Ferdinando
Atualmente estou tendo a oportunidade de vivenciar um ano de intercâmbio de pesquisa em Boston, na universidade de Harvard, ficarei por aqui durante todo o ano de 2011 (ou até quando as bolsas, patrocínios, e minhas disponibilidades financeiras me mantiverem). Aqui a rotina é de pesquisa, estamos pesquisando em ratos a biodisponibilidade do zinco, e especificamente uma doença chamada Degeneração Macular Relacionada à Idade. A rotina é basicamente de laboratório e pesquisa, ou seja, envolve leitura de diversos artigos científicos, experimentos com ratos, aulas e conversas com os professores e pesquisadores.
Lá em São Paulo, a rotina é de estudo, aulas durante a manhã e durante a tarde. A exigência do curso é “aluno-dependente”, ou seja, caso você queira sair todos os dias você consegue, e caso você queira estudar todos os dias você também consegue. Depende mesmo de cada pessoa, de seus objetivos, prioridades e do quanto gosta de estudar.
Um dos itens interessantes da medicina, e que todo mundo descobre rapidamente, é que para o exercício da medicina em si, há muito mais do que estudo, há relacionamento, conversa, aprendizado com as pessoas e interesse pelo ser humano. Mas é justamente isso que faz da medicina um desafio!
Algo muito interessante é que depois que você passa pelo vestibular, você acha que o esforço para passar nos exames vestibulares foi natural, “nem foi tão grande assim”, muito provavelmente você se esquecerá da insegurança ou do medo, os quais serão substituídos por um sentimento de boas lembranças, por mais incrível que possa parecer...
Grande abraço e espero vocês no ano que vem na Universidade de São Paulo!
Lucas Nóbrega
Visite também:
www.uspharvard.com
Boston, MA, 13 de Fevereiro de 2011.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vitor, Parabéns!


Vitor, parabéns por ter entrado na melhor faculdade de Direito do Brasil!

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo


Realizando um sonho medicina USP

“Realizando um sonho: MEDICINA USP” é um Blog escrito por ex-vestibulandos que entraram nos mais concorridos vestibulares de medicina do país e escolheram a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os textos são voluntariamente escritos objetivando motivá-lo a entrar na maior universidade do Brasil: nossa querida Universidade de São Paulo."

Lucas Nóbrega

E-mail: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com