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domingo, 26 de abril de 2009

Sexto

Grandes objetivos no início do ano.


“Acredito que a chave para conciliar tantas atividades e ser feliz, este sim o maior sucesso que alguém pode atingir, é nunca perder o entusiasmo.”

Ivo Pitanguy


Sabe aquelas promessas que todo mundo faz para o ano novo: de que o próximo ano irá mudar, de que irá emagrecer dez quilos, de que entrará na academia, de que irá estudar...

Pois é. O início do ano e o do cursinho parecem bastante com isso. As pessoas estão se recuperando da decepção e da tristeza de não terem entrado na faculdade, e então começam a "viajar na maionese".

Declaram aos quatro ventos que aprenderam a lição e que irão mudar, vão treinar pra caramba, dar uma raça e entrar na faculdade. Vão fazer todos os exercícios do caderno de exercícios, vão devorar “Os intocáveis”, vão ler todos os livros da lista obrigatória.

Se você está familiarizado com esse panorama, se você está vivendo isso, respire fundo, e agüente firme, pois toda essa animação tende a passar nas primeiras semanas, após meia dúzia de simulados e após algumas listas de exercícios não resolvidas.

As pessoas tendem a se enganar pensando que as coisas serão fáceis quando um novo ano está se anunciando, tendem a associar a mudança de ano a mudança de postura. A questão é que elas não andam necessariamente juntas.

Seja realista! A vida de vestibulando não é um mar de rosas - pelo menos para aqueles que estão levando a sério. 

Você terá de treinar vários exercícios, corrigir diversas falhas, encarar a competição e ouvir a vovó falar que o neto da amiga dela passou no vestibular.

Acredito que, se todo entusiasmo do começo do ano pudesse ser guardado numa garrafa e aberto nos momentos necessários seria bem mais fácil atingirmos nossos objetivos. Afinal, é ele o que falta para as pessoas durante o ano.

Entusiasmo para aprender uma matéria chata ou difícil, para retomar e aumentar o ritmo de estudo depois de ter ido mal num simulado, para ficar sentado na cadeira debruçado sobre os livros até que a bunda fique quadrada. Entusiasmo, eis umas das características que faz a diferença entre os vestibulandos!

Você verá que muitas pessoas usam todo o ânimo que teriam durante o ano nos primeiros meses, e então tendem a se afundar em comodismo e aceitação.

Você certamente terá colegas que falarão que querem entrar em cursos difíceis como direito ou medicina e então mudarão de idéia no meio da preparação, em busca de cursos mais fáceis. Talvez essa pessoa tenha mesmo "se encontrado" em outra carreira, ou talvez, essa pessoa tenha "se escondido" em outra carreira.

O fato é que você encontrará esses dois tipos de pessoas, e com um espírito observador conseguirá distinguí-las facilmente.

Espero que tenha um sonho e não desista facilmente dele, como a maioria das pessoas o fazem. Corra atrás de seu sonho até o fim, até a última gota de suor, ainda que tudo pareça conspirar para que você não o atinja.

A verdade é que você terá, diversas vezes no ano, vontade de desistir. Pensará que não está preparado o suficiente para prestar o exame, e que não conseguirá se preparar o suficiente.

Em Agosto e Setembro senti diversas vezes vontade de desistir, apesar dos bons resultados nos simulados e no vestibular da Federal de Ouro Preto no meio do ano. A sensação era de que precisava melhorar mais, aumentar o rendimento.

Analisando a situação, o fato é que estamos tão cansados no final do ano que temos muitos altos e baixos, sentimentos de sucesso e de fracasso ao mesmo tempo.

Mas tudo isso é normal, procure aproveitar tais indecisões para se manter em preparação e não se acomodar.

Para superar tudo isso é necessário entusiasmo, justamente aquele que muitos desperdiçam no começo do ano. 

Tenha-o no começo do ano, pois é estremamente necessário em todo recomeço, mas lembre-se de manter e guardar um pouco para o final, quando fará a diferença entre correr atrás do seu sonho ou se refugiar num objetivo menor. "Nunca perder o entusiasmo!"...


Lucas Nóbrega

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

domingo, 19 de abril de 2009

Quinto texto


"Como está a faculdade?"

“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos” 
Marcel Proust

        Olhando para esse último ano que passou, posso dizer que a faculdade está muito boa!

Apesar de o ciclo básico não contar na maior parte dos casos com professores com experiência clínica, e isso ser muito pesaroso, a faculdade foi muito interessante até agora!

Mas vamos começar do começo. O curso de medicina da Universidade de São Paulo é divido em 3 ciclos: básico, clínico e internato.

O ciclo básico compõe as matérias que formarão a base para a vida clínica do médico; o clínico é uma passagem pelas diversas especialidades e um primeiro contato com pacientes; e o internato é o aprendizado da medicina na prática, através de estágios no Hospital das Clínicas e no Hospital Universitário.

Vou falar mais sobre o ciclo básico, pois é o que estou cursando.

Bem, esse ciclo contém matérias fascinantes, ministradas por professores maravilhosos, mas também muitas matérias desconexas, abordadas por professores aparentemente pouco preocupados com didática e com as dificuldades do público estudantil.

Todas as matérias do ciclo básico fazem sentido na carreira médica, e certamente são de fundamental importância para o exercício da profissão. No entanto, a forma com que muitos pesquisadores abordam os temas é demasiadamente desestimulante.

Na maior parte das vezes nossos professores das matérias básicas se preocupam mais em informar do que em formar futuros médicos, descarregando gigantesca gama de informação sem que tenham filtrado de maneira a incentivar o estudo e a busca do conhecimento.

Quem já teve aulas na faculdade sabe como é: parece que há professores que esqueceram que foram alunos um dia.

Independentemente dessa triste abordagem dada por muitos de nossos pesquisadores lá na Cidade Universitária, o curso é fascinante por abordar uma matéria preciosíssima: o ser humano!

Quanto à rotina: acordar pela manhã em um horário que seja o suficiente para chegar de ônibus até a USP.  Passar o dia lá, e só voltar para casa após as aulas da tarde.

Para quem não conhece São Paulo, a Cidade Universitária fica às margens do rio Pinheiros, e a Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas ficam na Av. Dr. Arnaldo. O ônibus Butantã-USP faz esse percurso entre 20 min e 1 hora, dependendo do trânsito. 

Assim, como no cilclo básico a maior parte das aulas é proferida nos departamentos de Ciências Biomédicas, Anatomia e Química da Cidade Universitária, todos os alunos têm de se transportar até lá todas as semanas até o final do terceiro semestre, quando a maior parte das disciplinas passa a ser ministrada na nossa querida “Casa de Arnaldo”.

Como definiria o curso de medicina até agora? A medicina até agora significou "aprender a eleger prioridades".

Parece bastante simples saber o que você quer ou não fazer, e a realidade é que é mesmo fácil, no entanto, sendo um curso integral no sentido literal da palavra, o curso de medicina impõe um ritmo bastante puxado, caso o aluno freqüente as aulas e leve a sério as avaliações. A restrição de tempo impõe a eleição de prioridades.

O que acho mais legal, e o que motiva muito a fazer medicina e a estar aqui em São Paulo, apesar dos desafios que a cidade impõe, é o contato com nossos professores médicos que nos ensinam não só a técnica, mas a arte da medicina.

Médicos renomados nos dão aulas e muita atenção, sentimos um grande carinho dos professores aqui da faculdade.

Particularmente, minha maior motivação na medicina foi dada pelos professores Marcos Tavares, que me iniciou no contato com cirurgias, e pelo professor Eduardo Mutarelli, que me ensina sobre o que significa ser médico e valorizar nossas vidas.

Lidar com o ser humano é fantástico! Ainda que no ciclo básico ele esteja representado pelas lâminas de histologia e pelas rotas metabólicas de bioquímica. 

Mas o que sem dúvida motiva realmente a fazer medicina, com grande orgulho, são nossos pacientes e professores do Hospital das Clínicas e da FMUSP!

 Lucas Nóbrega

Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

 

sábado, 11 de abril de 2009

Quarto texto

Como começar o treino.

 

"Experiência é o que você consegue, quando você não consegue o que você quer." 

Randy Pausch


Existem truques para entrar na faculdade? Existem truques para passar no vestibular? Apesar de tudo que as pessoas falam, acredito que existe sim um truque infalível para entrar na universidade,  o qual consiste em:  realizar provas anteriores.  

É natural que neste início de ano e de preparação para o vestibular a questão que passe na mente de todos seja o que pode ser feito de diferente neste ano em relação aos anos anteriores na busca de aumentar as chances de entrar na faculdade.

Realizar listas de exercícios quilométricas, ler os livros da lista de leitura obrigatória, e estudar através de diferentes livros e apostilas aumentam sim as chances de passar nos exames, no entanto, existe uma restrição enorme de tempo que impede os vestibulandos de estudar “tudo de tudo”, ou seja, todos os temas de todas as disciplinas. Isso torna necessária a eleição de prioridades de estudo.

E em termos da eleição de prioridades, talvez a estratégia mais bem sucedida seja encarar durante o treinamento aquilo que iremos encontrar nos exames, ou seja, as provas. Mas isso, apesar de ser o óbvio, normalmente acaba sendo esquecido.

Listas de exercícios e leitura de livros reproduzem o formato dos exames muito precariamente, pois são normalmente compostas por exercícios de vários vestibulares e por textos em formatos diferentes daqueles pequenos trechos cobrados no exame.

Ao invés de ler a biblioteca inteira para estar bem preparado para as provas, sugiro que faça o contrário, leia as provas e esteja preparado para procurar nos livros o que ainda não sabe.

Talvez o método mais eficaz de preparação seja aquele que as pessoas menos pratiquem: resolver as provas anteriores.

Os simulados são um ótimo treinamento, e é por esse motivo que a carga de simulados de cursinhos está usualmente relacionada com sua qualidade. No entanto, a falha dos simulados está em cobrir por blocos as matérias exigidas nas provas, acompanhando o ritmo das diversas matérias ministradas no cursinho, e não exigindo do vestibulando nenhuma matéria que ainda não tenha sido abordada.

Resolver provas anteriores é algo muito mais eficaz que os simulados nesse sentido, pois cobrem, naturalmente, a integralidade das matérias e além disso, consistem exatamente no formato de avaliação que será utilizado para colocar as pessoas na universidade.

Como começar? A resposta é: traçando metas. Ou seja, montando um calendário que inclua quantas provas anteriores e em qual período serão realizadas.

No meu caso, por exemplo, que sempre quis entrar na Universidade de São Paulo, tracei que durante meu ano de cursinho teria de fazer ao menos 10 provas de primeira fase dos vestibulares anteriores até o final de outubro. E foi o que fiz.

Onde você encontra as provas anteriores? Você as encontra no site da instituição que faz as provas da universidade pretendida. Gosto muito da USP pois as provas anteriores podem ser facilmente acessadas através do site da FUVEST (www.fuvest.br).

Outro item importante é: reproduza o tempo das provas enquanto as realiza. Ou seja, se a questão terá de ser resolvida em 3 minutos no vestibular de verdade, use esse tempo durante o treinamento, e não esteja contente até que consiga fazer o exame inteiro no tempo estipulado.

E quanto as respostas para as questões, é só procurar nos sites de grandes cursinhos, pois eles disponibilizam a resolução dos vestibulares anteriores gratuitamente.

Se não é a primeira vez que você está fazendo cursinho, e se você já tem todas as suas apostilas e livros com os exercícios respondidos, mude de enfoque: procure as provas anteriores e resolva-as. E se lembre de estipular metas e prazos, pois eles ajudam a verificar se está ocorrendo progressos durante o treino.

Talvez seja um saco utilizar esse método, e mais do que isso, talvez dê muito medo e ansiedade tocar nas provas anteriores. Mas tudo isso é normal, e o que mais motiva é que funciona!

Lucas Nóbrega

Acadêmico Faculdade de Medicina USP.

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

domingo, 5 de abril de 2009

Terceiro texto

Mudança de curso

"A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida."

Vinícius de Moraes

A vida é feita de desafios, e o vestibular é um deles! No entanto, um dos momentos ainda mais desafiantes é passar no vestibular e então perceber que o curso no qual entrou não é o que você gosta.

Assim como muitas outras pessoas, sou um felizardo, pois entrei em um curso que amo: aprender sobre o ser humano, sua constituição física e mental e buscar expandir a vida é algo que me encanta e me motiva a estudar!

No entanto, as pessoas que não encontram o curso na primeira ou segunda tentativas não devem desanimar, mas muito pelo contrário, devem se motivar, pois há muitas oportunidades e opções de curso nas universidades brasileiras.

Tempos atrás, por exemplo, no ônibus circular da Cidade Universitária, encontrei uma garota. Começamos a conversar: ela era estudante de Turismo da USP e estava adorando seu curso, entretanto esse era o segundo curso que tinha iniciado, pois antes disso tinha começado engenharia, e no ITA!

Tinha deixado São José dos Campos em direção a São Paulo, pois não se sentia bem num futuro ambiente de trabalho tão competitivo e devastadoramente masculino.

Provavelmente ela tenha feito muito certo em ter deixado a engenharia, pois pelas suas palavras, realmente não gostava da área, mas só descobriu isso depois de entrar na faculdade e verificar sua paixão pelo Turismo.

Apesar de a sociedade nos dizer que devemos encontrar nossa carreira o mais rápido possível, não há regras! Devemos sobretudo encontrar aquilo pelo que nosso coração bate mais forte.

Caso você não esteja gostando de sua futura área de trabalho, pense sim em reavaliar seu curso e a compatibilidade dele com seus projetos pessoais. Caso realmente pense que a melhor coisa a fazer é buscar outra carreira, aja! Mas aja com responsabilidade!

Em outra ocasião, encontrei uma outra garota, da arquitetura, que disse que seu verdadeiro sonho era cursar não arquitetura, mas medicina, e estava pensando em prestar exame vestibular no próximo ano.

Cursar medicina não é um mar de rosas, pois você deve se dedicar bastante e saber administrar a restrição de tempo do currículo médico a fim de ter algum tempo para si mesmo, mas caso seja isso que você realmente gosta, vale muito a pena, pois adorar o que se faz é fundamental por nos dar entusiasmo!

Mas como saber se a carreira pretendida é algo que você realmente gosta? A resposta talvez esteja em ir em busca da prática, de amigos profissionais que aceitem você por um dia ao seu lado para ver o que é o dia-a-dia daquela profissão.

Agora, quanto a sair de um curso de graduação bom como arquitetura na USP e mudar de carreira, deve-se ter cautela, pois já dizia a vovozinha que “é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando”, e nesse caso, sair da faculdade é permitir que o passarinho da mão escape.

Deixar a faculdade, entrar num cursinho e buscar a nova carreira é um recomeçar! Deve-se estar atento para o fato de que deixar o atual curso envolve riscos como o não passar no próximo vestibular. E isso pode se tornar um stress caso não seja psicologicamente bem administrado e visto como um período de preparação e de reinício.

Talvez o ideal seja trancar a faculdade ao invés de deixar o curso, e então ir em busca dos exames. Agir racionalmente em períodos de transição de objetivos de vida não é nada fácil, mas é o que pode aumentar as chances de o sucesso ser maior nas escolhas futuras.

Se você quer sair do curso que está cursando saia, mas faça isso de forma racional e planejada, para que a decisão não pareça como a de uma criancinha que muda de présinho por não ter se acostumado com as “tias”.

Se você já cursa uma faculdade e está pensando realmente em mudar de carreira prestando novamente o vestibular, ótimo, pois "a vida é a arte do encontro"!

Lucas Nóbrega

Acadêmico Faculdade de Medicina USP.

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

Realizando um sonho medicina USP

“Realizando um sonho: MEDICINA USP” é um Blog escrito por ex-vestibulandos que entraram nos mais concorridos vestibulares de medicina do país e escolheram a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os textos são voluntariamente escritos objetivando motivá-lo a entrar na maior universidade do Brasil: nossa querida Universidade de São Paulo."

Lucas Nóbrega

E-mail: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com