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domingo, 3 de maio de 2009

Sétimo texto

O outro lado.

 

“Quando a noite for tão escura a ponto de você não conseguir vislumbrar suas próprias mãos, pode ter certeza que o amanhecer está muito próximo.”

Provérbio chinês

 

Após entrar na faculdade algo bastante estranho acontece: você esquece toda a dedicação que teve para passar no vestibular.

Não que você conscientemente não se lembre de seu esforço anterior aos exames, mas tudo parece ter tido um rumo bastante natural e ameno, quando, pelo contrário, o trajeto foi realizado entre tornados e tempestades.

Uma fábula, a qual transcrevo a seguir, escrita por um grande amigo da faculdade, o César, ilustra essa transição. Espero que gostem!

 Lucas Nóbrega

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

 

Injeção de ânimo.

por Cesar Mietti

 

            Certa noite, um jovem andarilho, após horas de caminhada avista uma velha cabana. Seu cansaço o fez parar e pedir ajuda, já que estava com muita sede e fraqueza muscular. Bateu à porta e, após uns instantes, um velho homem abre e assiste o jovem, dando-lhe água e comida para que recuperasse suas forças. Após perceber que o homem já havia se recomposto, perguntou-lhe:

            - Aonde vai, meu jovem, com tanta pressa?

            - Tenho que chegar ao outro lado daquele rio – respondeu o jovem.

            - O que procura lá?

            - Não sei ao certo, mas sei que devo atravessar, creio que do outro lado muitas coisas que não entendo se encaixarão.

            - Entendo, já vivi momentos como esse – indagou o velho.

            - O que vê do outro lado?

            - Vejo um mundo novo, onde me sentirei livre para desenvolver minhas idéias, onde a derrota não me alcançará tão fácil e a inspiração me virá sempre que precisar.

            - E aqui não o vê? – perguntou o velho

            - Não, meu senhor, aqui estou com as mãos atadas, perturbado pelos fantasmas de meus medos e aflições, aqui calo meu choro todos os dias com a esperança de um milagre, meu nervosismo não me permite pensar, é como se o mundo estivesse acabando. E essa escuridão não acaba, onde está a luz do dia?

            - Calma, meu jovem, já senti isso também. Com a sabedoria que adquiri com meus anos de vida, aprendi como passar por essa fase. Quando tinha sua idade, me vi impaciente com a lentidão e a incerteza do tempo, mas conheci várias pessoas que também passaram por isso ao meu lado e, juntos, enfrentamos esses fantasmas e vencemos. Com a amizade, o companheirismo e o desejo de ajudar as pessoas, o desespero foi aos poucos dando lugar à compaixão e a gratidão, armas fundamentais nessa guerra que lutei. A diferença entre nós dois é que você procura o outro lado do rio e eu procurei o alto da montanha. Lá o Sol nascia primeiro e, junto com ele, minha felicidade. Consegui.

            - O senhor acha que consigo também? – perguntou o jovem com seus olhos tomados por lágrimas.

            - Sim. Vejo em seus olhos o jovem que fui, a mesma feição, a mesma coragem. Você será vitorioso, meu jovem, e certamente observará que você não está sozinho na travessia, há outros corajosos rumo ao Mundo Novo. Ajude-os, console-os, ouça-os, só assim você verá o tempo acelerar e se tornar mais certo e quando parar para descansar, já estará do outro lado. Isso é tudo o que eu posso lhe dizer.

            E assim, o jovem se despediu do velho, que lhe deu uma cesta de comida e um lampião, para que se guiasse na escuridão. Após alguns dias de viajem, chegou à margem do rio, onde se iniciaria a travessia. Lá havia várias outras pessoas. O curioso é que todas elas seguravam uma cesta de comida e um lampião...

            

‘Amigos, estou com vocês nessa luta, sei do medo que sentimos por dentro e do quanto a possibilidade de derrota nos aflige. Digo para vocês, isso terá um fim. A luz chegará e, quando percebermos, já estaremos do outro lado. Vocês que perderam a inspiração de continuar, lembrem-se do aluno que começou há, sei lá, uns 2, 3 ou mais anos a travar essa guerra. Será que aquele ser, cheio de esperança, sumiu de fato? Não, ele ainda vive, mas assolado por fantasmas, que se chamam cansaço, desespero, solidão, tristeza... Mas há como derrotá-los, basta lembrar que lá fora há um mundo pelo qual vale a pena ser batalhado, onde nos vemos mais velhos, felizes, realizados, médicos, enfermeiras, biólogos, advogados, enfim, vemos nossa idealização, podemos senti-la pulsando em nossas veias. A cesta de comida carrega nossos sonhos, nossa chave para o Mundo Novo e a chama do lampião irradia nossa esperança, nosso altruísmo, nossa coragem e nossa força de vontade. Não tenham medo de dizer a si mesmos que vocês irão passar, ninguém ou nenhuma força oculta irá castigá-los.

 Espero, sinceramente, que lhes tenha ajudado com o que disse e, caso necessitem, aqui estarei para conversar... Vejo vocês do outro lado. FORÇA, GENTE!!!’

 

                            Cesar Augusto de Almeida Mietti”

 


 

domingo, 26 de abril de 2009

Sexto

Grandes objetivos no início do ano.


“Acredito que a chave para conciliar tantas atividades e ser feliz, este sim o maior sucesso que alguém pode atingir, é nunca perder o entusiasmo.”

Ivo Pitanguy


Sabe aquelas promessas que todo mundo faz para o ano novo: de que o próximo ano irá mudar, de que irá emagrecer dez quilos, de que entrará na academia, de que irá estudar...

Pois é. O início do ano e o do cursinho parecem bastante com isso. As pessoas estão se recuperando da decepção e da tristeza de não terem entrado na faculdade, e então começam a "viajar na maionese".

Declaram aos quatro ventos que aprenderam a lição e que irão mudar, vão treinar pra caramba, dar uma raça e entrar na faculdade. Vão fazer todos os exercícios do caderno de exercícios, vão devorar “Os intocáveis”, vão ler todos os livros da lista obrigatória.

Se você está familiarizado com esse panorama, se você está vivendo isso, respire fundo, e agüente firme, pois toda essa animação tende a passar nas primeiras semanas, após meia dúzia de simulados e após algumas listas de exercícios não resolvidas.

As pessoas tendem a se enganar pensando que as coisas serão fáceis quando um novo ano está se anunciando, tendem a associar a mudança de ano a mudança de postura. A questão é que elas não andam necessariamente juntas.

Seja realista! A vida de vestibulando não é um mar de rosas - pelo menos para aqueles que estão levando a sério. 

Você terá de treinar vários exercícios, corrigir diversas falhas, encarar a competição e ouvir a vovó falar que o neto da amiga dela passou no vestibular.

Acredito que, se todo entusiasmo do começo do ano pudesse ser guardado numa garrafa e aberto nos momentos necessários seria bem mais fácil atingirmos nossos objetivos. Afinal, é ele o que falta para as pessoas durante o ano.

Entusiasmo para aprender uma matéria chata ou difícil, para retomar e aumentar o ritmo de estudo depois de ter ido mal num simulado, para ficar sentado na cadeira debruçado sobre os livros até que a bunda fique quadrada. Entusiasmo, eis umas das características que faz a diferença entre os vestibulandos!

Você verá que muitas pessoas usam todo o ânimo que teriam durante o ano nos primeiros meses, e então tendem a se afundar em comodismo e aceitação.

Você certamente terá colegas que falarão que querem entrar em cursos difíceis como direito ou medicina e então mudarão de idéia no meio da preparação, em busca de cursos mais fáceis. Talvez essa pessoa tenha mesmo "se encontrado" em outra carreira, ou talvez, essa pessoa tenha "se escondido" em outra carreira.

O fato é que você encontrará esses dois tipos de pessoas, e com um espírito observador conseguirá distinguí-las facilmente.

Espero que tenha um sonho e não desista facilmente dele, como a maioria das pessoas o fazem. Corra atrás de seu sonho até o fim, até a última gota de suor, ainda que tudo pareça conspirar para que você não o atinja.

A verdade é que você terá, diversas vezes no ano, vontade de desistir. Pensará que não está preparado o suficiente para prestar o exame, e que não conseguirá se preparar o suficiente.

Em Agosto e Setembro senti diversas vezes vontade de desistir, apesar dos bons resultados nos simulados e no vestibular da Federal de Ouro Preto no meio do ano. A sensação era de que precisava melhorar mais, aumentar o rendimento.

Analisando a situação, o fato é que estamos tão cansados no final do ano que temos muitos altos e baixos, sentimentos de sucesso e de fracasso ao mesmo tempo.

Mas tudo isso é normal, procure aproveitar tais indecisões para se manter em preparação e não se acomodar.

Para superar tudo isso é necessário entusiasmo, justamente aquele que muitos desperdiçam no começo do ano. 

Tenha-o no começo do ano, pois é estremamente necessário em todo recomeço, mas lembre-se de manter e guardar um pouco para o final, quando fará a diferença entre correr atrás do seu sonho ou se refugiar num objetivo menor. "Nunca perder o entusiasmo!"...


Lucas Nóbrega

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

domingo, 19 de abril de 2009

Quinto texto


"Como está a faculdade?"

“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos” 
Marcel Proust

        Olhando para esse último ano que passou, posso dizer que a faculdade está muito boa!

Apesar de o ciclo básico não contar na maior parte dos casos com professores com experiência clínica, e isso ser muito pesaroso, a faculdade foi muito interessante até agora!

Mas vamos começar do começo. O curso de medicina da Universidade de São Paulo é divido em 3 ciclos: básico, clínico e internato.

O ciclo básico compõe as matérias que formarão a base para a vida clínica do médico; o clínico é uma passagem pelas diversas especialidades e um primeiro contato com pacientes; e o internato é o aprendizado da medicina na prática, através de estágios no Hospital das Clínicas e no Hospital Universitário.

Vou falar mais sobre o ciclo básico, pois é o que estou cursando.

Bem, esse ciclo contém matérias fascinantes, ministradas por professores maravilhosos, mas também muitas matérias desconexas, abordadas por professores aparentemente pouco preocupados com didática e com as dificuldades do público estudantil.

Todas as matérias do ciclo básico fazem sentido na carreira médica, e certamente são de fundamental importância para o exercício da profissão. No entanto, a forma com que muitos pesquisadores abordam os temas é demasiadamente desestimulante.

Na maior parte das vezes nossos professores das matérias básicas se preocupam mais em informar do que em formar futuros médicos, descarregando gigantesca gama de informação sem que tenham filtrado de maneira a incentivar o estudo e a busca do conhecimento.

Quem já teve aulas na faculdade sabe como é: parece que há professores que esqueceram que foram alunos um dia.

Independentemente dessa triste abordagem dada por muitos de nossos pesquisadores lá na Cidade Universitária, o curso é fascinante por abordar uma matéria preciosíssima: o ser humano!

Quanto à rotina: acordar pela manhã em um horário que seja o suficiente para chegar de ônibus até a USP.  Passar o dia lá, e só voltar para casa após as aulas da tarde.

Para quem não conhece São Paulo, a Cidade Universitária fica às margens do rio Pinheiros, e a Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas ficam na Av. Dr. Arnaldo. O ônibus Butantã-USP faz esse percurso entre 20 min e 1 hora, dependendo do trânsito. 

Assim, como no cilclo básico a maior parte das aulas é proferida nos departamentos de Ciências Biomédicas, Anatomia e Química da Cidade Universitária, todos os alunos têm de se transportar até lá todas as semanas até o final do terceiro semestre, quando a maior parte das disciplinas passa a ser ministrada na nossa querida “Casa de Arnaldo”.

Como definiria o curso de medicina até agora? A medicina até agora significou "aprender a eleger prioridades".

Parece bastante simples saber o que você quer ou não fazer, e a realidade é que é mesmo fácil, no entanto, sendo um curso integral no sentido literal da palavra, o curso de medicina impõe um ritmo bastante puxado, caso o aluno freqüente as aulas e leve a sério as avaliações. A restrição de tempo impõe a eleição de prioridades.

O que acho mais legal, e o que motiva muito a fazer medicina e a estar aqui em São Paulo, apesar dos desafios que a cidade impõe, é o contato com nossos professores médicos que nos ensinam não só a técnica, mas a arte da medicina.

Médicos renomados nos dão aulas e muita atenção, sentimos um grande carinho dos professores aqui da faculdade.

Particularmente, minha maior motivação na medicina foi dada pelos professores Marcos Tavares, que me iniciou no contato com cirurgias, e pelo professor Eduardo Mutarelli, que me ensina sobre o que significa ser médico e valorizar nossas vidas.

Lidar com o ser humano é fantástico! Ainda que no ciclo básico ele esteja representado pelas lâminas de histologia e pelas rotas metabólicas de bioquímica. 

Mas o que sem dúvida motiva realmente a fazer medicina, com grande orgulho, são nossos pacientes e professores do Hospital das Clínicas e da FMUSP!

 Lucas Nóbrega

Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

 

sábado, 11 de abril de 2009

Quarto texto

Como começar o treino.

 

"Experiência é o que você consegue, quando você não consegue o que você quer." 

Randy Pausch


Existem truques para entrar na faculdade? Existem truques para passar no vestibular? Apesar de tudo que as pessoas falam, acredito que existe sim um truque infalível para entrar na universidade,  o qual consiste em:  realizar provas anteriores.  

É natural que neste início de ano e de preparação para o vestibular a questão que passe na mente de todos seja o que pode ser feito de diferente neste ano em relação aos anos anteriores na busca de aumentar as chances de entrar na faculdade.

Realizar listas de exercícios quilométricas, ler os livros da lista de leitura obrigatória, e estudar através de diferentes livros e apostilas aumentam sim as chances de passar nos exames, no entanto, existe uma restrição enorme de tempo que impede os vestibulandos de estudar “tudo de tudo”, ou seja, todos os temas de todas as disciplinas. Isso torna necessária a eleição de prioridades de estudo.

E em termos da eleição de prioridades, talvez a estratégia mais bem sucedida seja encarar durante o treinamento aquilo que iremos encontrar nos exames, ou seja, as provas. Mas isso, apesar de ser o óbvio, normalmente acaba sendo esquecido.

Listas de exercícios e leitura de livros reproduzem o formato dos exames muito precariamente, pois são normalmente compostas por exercícios de vários vestibulares e por textos em formatos diferentes daqueles pequenos trechos cobrados no exame.

Ao invés de ler a biblioteca inteira para estar bem preparado para as provas, sugiro que faça o contrário, leia as provas e esteja preparado para procurar nos livros o que ainda não sabe.

Talvez o método mais eficaz de preparação seja aquele que as pessoas menos pratiquem: resolver as provas anteriores.

Os simulados são um ótimo treinamento, e é por esse motivo que a carga de simulados de cursinhos está usualmente relacionada com sua qualidade. No entanto, a falha dos simulados está em cobrir por blocos as matérias exigidas nas provas, acompanhando o ritmo das diversas matérias ministradas no cursinho, e não exigindo do vestibulando nenhuma matéria que ainda não tenha sido abordada.

Resolver provas anteriores é algo muito mais eficaz que os simulados nesse sentido, pois cobrem, naturalmente, a integralidade das matérias e além disso, consistem exatamente no formato de avaliação que será utilizado para colocar as pessoas na universidade.

Como começar? A resposta é: traçando metas. Ou seja, montando um calendário que inclua quantas provas anteriores e em qual período serão realizadas.

No meu caso, por exemplo, que sempre quis entrar na Universidade de São Paulo, tracei que durante meu ano de cursinho teria de fazer ao menos 10 provas de primeira fase dos vestibulares anteriores até o final de outubro. E foi o que fiz.

Onde você encontra as provas anteriores? Você as encontra no site da instituição que faz as provas da universidade pretendida. Gosto muito da USP pois as provas anteriores podem ser facilmente acessadas através do site da FUVEST (www.fuvest.br).

Outro item importante é: reproduza o tempo das provas enquanto as realiza. Ou seja, se a questão terá de ser resolvida em 3 minutos no vestibular de verdade, use esse tempo durante o treinamento, e não esteja contente até que consiga fazer o exame inteiro no tempo estipulado.

E quanto as respostas para as questões, é só procurar nos sites de grandes cursinhos, pois eles disponibilizam a resolução dos vestibulares anteriores gratuitamente.

Se não é a primeira vez que você está fazendo cursinho, e se você já tem todas as suas apostilas e livros com os exercícios respondidos, mude de enfoque: procure as provas anteriores e resolva-as. E se lembre de estipular metas e prazos, pois eles ajudam a verificar se está ocorrendo progressos durante o treino.

Talvez seja um saco utilizar esse método, e mais do que isso, talvez dê muito medo e ansiedade tocar nas provas anteriores. Mas tudo isso é normal, e o que mais motiva é que funciona!

Lucas Nóbrega

Acadêmico Faculdade de Medicina USP.

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

domingo, 5 de abril de 2009

Terceiro texto

Mudança de curso

"A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida."

Vinícius de Moraes

A vida é feita de desafios, e o vestibular é um deles! No entanto, um dos momentos ainda mais desafiantes é passar no vestibular e então perceber que o curso no qual entrou não é o que você gosta.

Assim como muitas outras pessoas, sou um felizardo, pois entrei em um curso que amo: aprender sobre o ser humano, sua constituição física e mental e buscar expandir a vida é algo que me encanta e me motiva a estudar!

No entanto, as pessoas que não encontram o curso na primeira ou segunda tentativas não devem desanimar, mas muito pelo contrário, devem se motivar, pois há muitas oportunidades e opções de curso nas universidades brasileiras.

Tempos atrás, por exemplo, no ônibus circular da Cidade Universitária, encontrei uma garota. Começamos a conversar: ela era estudante de Turismo da USP e estava adorando seu curso, entretanto esse era o segundo curso que tinha iniciado, pois antes disso tinha começado engenharia, e no ITA!

Tinha deixado São José dos Campos em direção a São Paulo, pois não se sentia bem num futuro ambiente de trabalho tão competitivo e devastadoramente masculino.

Provavelmente ela tenha feito muito certo em ter deixado a engenharia, pois pelas suas palavras, realmente não gostava da área, mas só descobriu isso depois de entrar na faculdade e verificar sua paixão pelo Turismo.

Apesar de a sociedade nos dizer que devemos encontrar nossa carreira o mais rápido possível, não há regras! Devemos sobretudo encontrar aquilo pelo que nosso coração bate mais forte.

Caso você não esteja gostando de sua futura área de trabalho, pense sim em reavaliar seu curso e a compatibilidade dele com seus projetos pessoais. Caso realmente pense que a melhor coisa a fazer é buscar outra carreira, aja! Mas aja com responsabilidade!

Em outra ocasião, encontrei uma outra garota, da arquitetura, que disse que seu verdadeiro sonho era cursar não arquitetura, mas medicina, e estava pensando em prestar exame vestibular no próximo ano.

Cursar medicina não é um mar de rosas, pois você deve se dedicar bastante e saber administrar a restrição de tempo do currículo médico a fim de ter algum tempo para si mesmo, mas caso seja isso que você realmente gosta, vale muito a pena, pois adorar o que se faz é fundamental por nos dar entusiasmo!

Mas como saber se a carreira pretendida é algo que você realmente gosta? A resposta talvez esteja em ir em busca da prática, de amigos profissionais que aceitem você por um dia ao seu lado para ver o que é o dia-a-dia daquela profissão.

Agora, quanto a sair de um curso de graduação bom como arquitetura na USP e mudar de carreira, deve-se ter cautela, pois já dizia a vovozinha que “é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando”, e nesse caso, sair da faculdade é permitir que o passarinho da mão escape.

Deixar a faculdade, entrar num cursinho e buscar a nova carreira é um recomeçar! Deve-se estar atento para o fato de que deixar o atual curso envolve riscos como o não passar no próximo vestibular. E isso pode se tornar um stress caso não seja psicologicamente bem administrado e visto como um período de preparação e de reinício.

Talvez o ideal seja trancar a faculdade ao invés de deixar o curso, e então ir em busca dos exames. Agir racionalmente em períodos de transição de objetivos de vida não é nada fácil, mas é o que pode aumentar as chances de o sucesso ser maior nas escolhas futuras.

Se você quer sair do curso que está cursando saia, mas faça isso de forma racional e planejada, para que a decisão não pareça como a de uma criancinha que muda de présinho por não ter se acostumado com as “tias”.

Se você já cursa uma faculdade e está pensando realmente em mudar de carreira prestando novamente o vestibular, ótimo, pois "a vida é a arte do encontro"!

Lucas Nóbrega

Acadêmico Faculdade de Medicina USP.

Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

sexta-feira, 27 de março de 2009

Segundo texto

Escolha da carreira: vá em busca da prática!

“O homem deve criar as oportunidades, não apenas encontrá-las.”
Francis Bacon

Parece que ao andar na rua e nos encontros com a família, temos uma tatuagem na testa escrito: "Vestibulando". A qual faz com que nossos amigos e familiares olhem para nós e então perguntem : “E o vestibular? Estudando muito?”
Nesse momento você deve se conter, pois dá vontade de não ser a pessoa mais educada do mundo e emendar diversos palavrões como resposta a esse recorrente cumprimento. E se acostume, pois será natural todos os tios o virem e logo indagarem sobre os estudos. 
Essas questões ficam ainda mais freqüentes quando você ainda não tem definido qual carreira desejará para seu futuro, pois nessa ocasião todo mundo, até mesmo seus conhecidos que estão desempregados virão dando conselhos sobre profissões e mercado de trabalho, várias vezes sem saberem ao certo qual a realidade atual do mercado: as pessoas mais velhas provavelmente indicarão aquelas profissões que sonharam para elas mesmas mas não conseguiram realizá-las.
Apesar de tudo convergir para que você tenha as maiores dificuldades da sua vida para decidir qual será sua carreira, não se assuste, pois isso é normal. 
Muitos dirão para você escolher bem porque será uma escolha para sua vida toda. Particularmente, prefiro encarar a escolha da carreira como algo transitório que poderá se tornar definitivo caso você realmente goste da área escolhida.
Participar de feira de profissões é uma boa para quem se acha perdido dentre as várias carreiras. “Teste de aptidão” em psicólogos é algo que penso ser uma faca de dois gumes pois ao mesmo tempo em que pode direcionar você para uma determinada escolha, pode induzi-lo de modo inconsciente a se restringir àquela determinada opção.
Não precisei de “teste de aptidão” para me decidir, mas é louvável que quem tenha vontade de fazê-lo teste-se, pois é um instrumento desenvolvido na tentativa de auxiliar as pessoas.
Minha sugestão é que você, tão logo tenha escolhido uma determinada área ou carreira, através de leituras, ou mesmo de feiras para estudantes, vá em busca de informações práticas sobre o que realmente um profissional dessa área faz no dia-a-dia.
Perguntar para seus pais e familiares se têm algum conhecido que trabalhe na área é muito interessante, pois podem indicar pessoas que receberão você com prazer no ambiente no qual trabalham. 
Esta foi a maneira pela qual me encantei pela medicina: acompanhei dois médicos durante um dia cada, no qual eles me mostraram o ambiente de trabalho, as facilidades e dificuldades diárias. 
Valeu a pena, ainda mais pelo fato de um deles ser clínico geral e o outro cirurgião pediátrico. Sou muito grato ao doutor Adriano Del Valle e ao Valter König, pela motivação que me deram durante o processo de escolha da profissão.
Ambos são amigos dos meus pais, e foram fundamentais para minha aproximação da medicina, afinal, não tenho nenhum parente médico, o que fazia com que entrar no ambiente de um hospital parecesse algo bastante difícil e complicado.
Na realidade, todo sonho que vislumbramos realizar parece, ao menos por um instante, estar além de nossas capacidades, parece ser "difícil e complicado", ainda mais passar num vestibular concorrido de alguma boa faculdade pública. 
Mas esse sentimento de incapacidade é ao que tudo indica, parte do processo de preparação e treinamento. Finalizando, procure hoje mesmo algum profissional da carreira que você pretende cursar. Tenho certeza de que você não se arrependerá, pois muito mais do que se informando, você estará vivenciando por alguns instantes sua futura profissão. Mãos a obra!

Lucas Nóbrega, 20 anos
Acadêmico da Faculdade de Medicina da USP

sexta-feira, 20 de março de 2009

Primeiro texto

Para novidades: www.EstudarAqui.org

Realizando um sonho: MEDICINA USP.

“A vontade de se preparar precisa ser maior do que a vontade de vencer”
Bob Knight

Você já teve um sonho? Uma vontade insaciável de atingir um determinado objetivo? Ainda não? Mas eu já, e ele se chamava: Medicina na USP.
É interessante notar o quanto nossa mente pode ser moldada na ocasião de se perseguir um objetivo: podemos passar por períodos de dedicação excessiva sem nos darmos conta da quantidade de energia sendo despendida num único propósito.
“Medicina na USP”, essa era a sentença que me acompanhava em cada simulado, em cada abertura de livro, em cada exercício. Pode parecer exagero dizer que essa frase era um motivo relembrado diariamente no ano passado, meu primeiro ano de cursinho, mas era o que me fazia levantar às seis e meia da manhã, pegar minha bicicleta e seguir para mais um dia de aula, ou então, levantar depois de um descanso de quinze minutos depois do almoço e voltar para as aulas da tarde: tarefa que parece simples para quem nunca passou pela fase de disputa por uma das mais concorridas vagas universitárias do país, mas que se torna um grande desafio para quem está no páreo, e tem a vontade de descansar por pelo menos mais duas horas antes de continuar a rotina de exercícios de vestibulares.
Na ocasião da preparação para os exames, é enorme a quantidade de informações que um vestibulando recebe, não apenas em termos de conteúdos acadêmicos, mas também de noções dadas pelas mais variadas pessoas: pais, tios, primos, avós. Tem-se a impressão de que todos sabem mais do que você a respeito do que se tem que ter e fazer para adentrar na universidade. O único problema é que, na maioria das vezes, essas pessoas estão dizendo as maiores besteiras, sem ao menos se darem conta disso, na tentativa de ajudá-lo a atingir o almejado curso superior e por adorarem você.
Um exemplo de informações que só atrapalham nossa vida emocional é o caso da vovó dizendo que um neto de uma colega dela passou na faculdade no ano passado, mas você não. E ela ainda completa, como se estivesse apresentando-lhe uma grande solução, que ele lia jornais diariamente e revistas semanais. Nessa ocasião, você já começa a pensar a reestruturar sua grade horária de estudos objetivando ler, de cabo a rabo, o Estadão e a Folha. Será que essa é a melhor postura a ser tomada?
Outra ocasião freqüente é a dos professores que indicam livros extras para se aprofundar em temas específicos, ou que dizem que, segundo diz sua experiência vivida, passa no vestibular aquele que lê todos os livros da lista de “leitura obrigatória” ou que estuda muito as matérias dadas em aula. Você já se perguntou: “Será que é assim mesmo”?
Para mim, a maior parte dos conselhos que muitos professores e familiares ditam compõe mais um manual do que não fazer do que uma seqüência de condutas a serem seguidas, isso pelo fato de essas pessoas estarem distanciadas da realidade de se prestar o vestibular. Até mesmo os professores, que são pagos para estudarem e darem-lhe as melhores informações estão distantes, na grande maioria das vezes, daquele sentimento de desconforto constante de se preparar para uma prova desafiante como um exame vestibular: eles sabem muito bem o que se deve estudar para a matéria deles, mas já não têm idéia do que é ter de integrar todas as informações das várias matérias.
A idéia que mais vi disseminada dentre as pessoas é a de que “quem estuda, passa no vestibular”. Pura balela! Passar você passa, mas a questão é onde você passa! Estudei bastante no terceiro ano do Ensino Médio, mas a única coisa que consegui foi uma vaga numa universidade de medicina particular, não passei onde queria. Para mim, estudar não basta! Não se deve estudar, mas TREINAR!
Para mim, o treinamento para o vestibular deve ser similar ao treinamento de um velocista de cem metros em uma olimpíada: ele não pode seguir o mesmo treinamento que um maratonista realiza, deve se aperfeiçoar e objetivar ser o melhor nos cem metros, não nos mais de quarenta quilômetros. Muitos vestibulandos agem como se fossem universitários, querendo se introduzir em leituras complicadas e excessivamente específicas, pensando que caso saibam os detalhes do específico, saberão, por conseqüência, os aspectos gerais. Puro engano, são velocistas treinando em maratonas!
“Medicina na USP”, esse era meu sonho. Qual é o seu?
Lucas Nóbrega, 20 anos
Acadêmico da Faculdade de Medicina da USP
Sugestões: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com

Realizando um sonho medicina USP

“Realizando um sonho: MEDICINA USP” é um Blog escrito por ex-vestibulandos que entraram nos mais concorridos vestibulares de medicina do país e escolheram a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os textos são voluntariamente escritos objetivando motivá-lo a entrar na maior universidade do Brasil: nossa querida Universidade de São Paulo."

Lucas Nóbrega

E-mail: realizandoumsonhomedicinausp@gmail.com